O Territórios da Memória 2020 contou com várias etapas de construção, no objetivo de tecer histórias e identificar pessoas, narrativas e lugares relevantes de São Paulo, de forma coletiva e colaborativa. Os territórios trabalhados nesta edição foram a Zona Sul e Zona Leste da cidade, marcados pela ocupação popular, o que carrega variadas formas de violência por parte de agentes estatais, mas também redes de solidariedade e resistência, que se expressam numa diversidade potente de movimentos sociais e artístico-culturais.
Neste ano, precisamos também nos adequar aos desafios impostos pela pandemia do coronavírus. O avanço da doença significou muitas perdas para a população, de entes queridos, pessoas que adoeceram e tiveram que enfrentar a falta de condições de serviços de saúde adequados, bem como as restrições do dia a dia para evitar o avanço do vírus. Para o projeto, tal situação significou um total rearranjo das atividades, com a adaptação de todos os momento previstos para o formato virtual.
Após os momentos iniciais de planejamento e preparação, foi iniciada uma etapa de cartografia social, com 5 encontros de pessoas da Zona Leste e 5 encontros de representantes da Zona Sul da cidade. Os encontros foram articulados e construídos pelos articuladores do projeto, Cris Assunção e Márcio Bhering, que foram fundamentais na identificação e convocação de redes territoriais já existentes em São Paulo. Além disso, contamos com o trabalho de cartografia de uma equipe técnica especializada, que conduziu os trabalhos desse primeiro momento do projeto.
Após os encontros de cartografia social, foi realizado um encontro de cada território, Zona Sul e Zona Leste, de forma a consolidar sínteses das memórias identificadas. Neste momento contamos com a participação de artistas que estavam construindo os materiais de memória do projeto, expostos nesta plataforma. Essas atividades foram conduzidas pela equipe da Entremeios, e utilizamos a ferramenta virtual “Miro”para visualizar as histórias trazidas pelo público participante. A equipe também acompanhou o conjunto do processo aqui apresentado, colaborando com o Instituto Vladimir Herzog no monitoramento e avaliação de cada etapa.
Por fim, no dia 18 de novembro realizamos um encontro entre os territórios, ocasião também do lançamento desta plataforma, com a exposição dos materiais de memória construídos por artistas dos territórios. Para esta produção contamos com a intermediação dos coletivos locais Bloco do Beco e Instituto Pombas Urbanas, que ficaram responsáveis pela gestão e preparação dos registros artísticos de memória.
Nesta atividade, além de trocas sobre a temática da Memória e os conteúdos trazidos no processo, de pessoas, narrativas e lugares relevantes da cidade, foram também realizadas oficinas ministradas por pessoas da Zona Sul e Zona Leste de São Paulo.